domingo, 29 de janeiro de 2012

Eu faço versos...

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto

Meu verso é sangue... Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... Remorso vão
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

Manuel Bandeira

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